Descubra o que os valores ideais dos exames podem revelar sobre sua saúde

Quantas vezes você já ouviu a frase: “Está tudo normal nos seus exames”, mesmo se sentindo cansado, com queda de cabelo, sono ruim ou dificuldade para emagrecer? Isso acontece porque muitos laudos laboratoriais se baseiam apenas nos valores de referência, que são intervalos amplos, calculados com base em médias populacionais — muitas vezes incluindo pessoas já doentes ou com hábitos nada saudáveis.

A medicina funcional e integrativa propõe um olhar mais apurado. Ela busca entender como o corpo está funcionando hoje e o que pode ser otimizado antes que surjam doenças. É aí que entram os chamados valores funcionais ou ideais, que indicam as faixas em que o corpo tem mais chances de operar com equilíbrio, energia e bem-estar.

Vamos entender, na prática, por que só olhar se está “dentro do normal” pode mascarar disfunções importantes.


1. O exemplo clássico da glicose e insulina

O exame de glicose em jejum tem um valor de referência considerado “normal” entre 70 e 99 mg/dL. Porém, diversas evidências mostram que valores acima de 90 já podem estar relacionados a resistência insulínica, fadiga, fome constante, irritabilidade e até envelhecimento precoce.

Da mesma forma, uma insulina em jejum de 12 µU/mL é considerada normal (referência de 2 a 25), mas funcionalmente está longe do ideal. O corpo já pode estar compensando com excesso de insulina para manter a glicose estável — um sinal de que algo está desequilibrado. O ideal seria abaixo de 6.

Além disso, exames como o HOMA-IR, que avaliam a resistência à insulina de forma mais direta, muitas vezes nem são solicitados, apesar de revelarem problemas metabólicos antes que o diabetes tipo 2 apareça.


2. Ferritina, vitamina B12 e cansaço inexplicável

Você sabia que ferritina entre 15 e 40 ng/mL é considerada normal para mulheres, mas pode causar queda de cabelo, unhas fracas, ansiedade e cansaço intenso? O valor funcional ideal gira entre 70 a 150 ng/mL, faixa em que o corpo tem reservas adequadas de ferro para manter o metabolismo e a saúde dos tecidos.

O mesmo acontece com a vitamina B12. Os valores de referência variam entre 200 e 900 pg/mL, mas níveis abaixo de 500 já podem causar formigamentos, queda cognitiva, memória fraca, ansiedade e até sintomas depressivos. O ideal funcional? Entre 700 a 1200 pg/mL.


3. Vitamina D: muito além dos ossos

A vitamina D está envolvida na imunidade, produção hormonal, saúde emocional e até performance física. Apesar de o valor de referência ser entre 30 e 100 ng/mL, muitos especialistas em nutrição funcional recomendam níveis entre 40 e 60 ng/mL, podendo chegar a 80 ng/mL em pessoas com doenças autoimunes.

Níveis entre 20 e 30 ng/mL — muitas vezes ignorados — já estão associados a imunidade baixa, tristeza sem motivo, dores musculares, baixa testosterona e problemas de memória.


4. Homocisteína: o marcador silencioso

Quase ninguém fala dela nos exames convencionais. A homocisteína é um aminoácido que, em níveis elevados, aumenta o risco de trombose, AVC, depressão, enxaqueca crônica e até abortos de repetição.

O valor de referência diz que até 15 µmol/L está tudo bem. Mas, funcionalmente, os riscos já aumentam acima de 9 µmol/L. A correção é simples: com o equilíbrio de vitaminas do complexo B, principalmente B6, B9 (ácido fólico) e B12.


5. Tireoide: cansaço, frio e queda de cabelo “inexplicáveis”

Quantas pessoas têm sintomas claros de hipotireoidismo e ouvem que está tudo certo nos exames? Um TSH de 4,0 µUI/mL é considerado normal, mas muitas mulheres já sentem os efeitos da tireoide lenta com valores acima de 2,5.

O ideal funcional para o TSH é entre 1,0 e 2,0 µUI/mL, com T3 Livre entre 3,2 a 4,2 pg/mL e T4 Livre entre 1,1 a 1,5 ng/dL. Quando esses hormônios estão fora desse intervalo — mesmo que "dentro da referência" — você pode ter sintomas como:
• Frio excessivo
• Queda de cabelo
• Cansaço extremo
• Dificuldade para emagrecer
• Depressão leve e apatia


6. E quanto à inflamação silenciosa?

A PCR-us (proteína C reativa ultrassensível) é um excelente marcador de inflamação crônica, muitas vezes ignorada. O valor de referência é “< 5,0 mg/L”, mas já existe risco aumentado de doenças cardíacas e envelhecimento precoce com valores acima de 1,0 mg/L.

Outros marcadores como triglicerídeos, colesterol LDL/HDL, zinco, magnésio, cortisol matinal e até as transaminases hepáticas (TGO/TGP) também revelam muito mais quando analisados dentro de uma faixa funcional.


Valores Funcionais e Sinais Clínicos Comuns

Exame Valor Ideal (Funcional) Quando está fora do ideal...
Vitamina D 40 a 60 ng/mL Fadiga, baixa imunidade, tristeza
Vitamina B12 700 a 1200 pg/mL Formigamento, ansiedade, cansaço
Glicose jejum 75 a 85 mg/dL Fome frequente, irritação
Insulina jejum 2 a 6 µU/mL Resistência à insulina, acne
Homocisteína < 9 µmol/L Depressão, enxaqueca, trombose
Ferritina 70 a 150 ng/mL Queda de cabelo, ansiedade
Gama GT < 19 U/L Fadiga, inflamação hepática
TSH 1,0 a 2,0 µUI/mL Frio, cansaço, queda de cabelo
PCR-us < 1,0 mg/L Inflamação silenciosa, fadiga crônica
Magnésio 2,2 a 2,6 mg/dL TPM, cãibras, ansiedade

Conclusão: antes de adoecer, o corpo sussurra

Quando analisamos os exames com um olhar funcional, é como se ouvíssemos os sussurros do corpo antes que ele grite com sintomas intensos ou doenças crônicas.

Essa abordagem permite atuar de forma preventiva, com ajustes na alimentação, suplementação e estilo de vida, evitando tratamentos mais agressivos no futuro.

Se você sente que algo não está bem, mesmo com exames “normais”, talvez esteja na hora de buscar uma avaliação mais completa e personalizada.


 

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